sábado, 11 de outubro de 2008

O Mundo é um Moinho!

Em 11 de outubro de 1908, num domingo de primavera, nasceu no Rio de Janeiro, Cartola, que é considerado por músicos como Nelson Cavaquinho ("quando eu piso em folhas secas, caídas de uma mangueira...") e Paulinho da Viola, o maior sambista de todos os tempos.
Ele não só fundou a escola de samba Estação Primeira de Mangueira, como lhe deu nome e as cores verde e rosa (para quem dizia que as cores não combinavam, ele respondia: "Ora, o verde representa a esperança, o rosa representa o amor, como o amor pode não combinar com a esperança?"). Mas há quem teime em dizer que a escolha das cores foi uma homenagem ao seu amado Fluminense que utiliza combinações mais sóbrias das mesmas cores (grená, verde escuro e branco).

Compositor de mais de quinhentas canções, como "As rosas não falam", "Alvorada" e "O mundo é um moinho" (De cada amor tu herdarás só o cinismo), esta última a preferida de Carlos Drummond de Andrade, ele só conseguiu gravar seu primeiro disco aos 65 anos.

Cartola contribuiu, ao lado dos grandes sambistas dos anos 30, para a consolidação do samba como manifestação de brasilidade musical, mas apesar do grande sucesso de seus sambas, ele terminou sua vida morando numa casa doada pela prefeitura do Rio de Janeiro.

Morreu em 30 de novembro de 1980 de câncer, num domingo de primavera. E quem disse que as rosas não falam?

Volto ao jardim, Com a certeza que devo chorar, pois bem sei que não queres voltar para mim...

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